Esquadrão Classe A
Posted by Wally
"Wow, that's awesome! That looks exactly like Call of Duty, doesn't it?" |
Defendem Esquadrão Classe A afirmando que
trata-se de um filme que “sabe o que quer ser”, do qual podemos apreciar ao simplesmente
desligar o cérebro. Pois não só é incrivelmente difícil “desligar o cérebro”, como
também há limite para um filme que, assumindo a despretensão, usa da leveza
para despertar a diversão passageira –
não ofendendo sua audiência no caminho. Exatamente o contrário do que
acontece nesta fita de ação particularmente irritante de Joe Carnahan (A Última Cartada, Narc). Seja pelo excesso de testosterona ou mesmo pela insistência
crônica em subestimar o espectador de segundo a segundo.
Baseado em
série de televisão homônima dos anos 80 que durou cinco anos, Esquadrão Classe A conta com quatro protagonistas
bem distintos que dividem uma semelhança muito importante: são rangers, veteranos de guerra. No filme,
roteirizado por Skip Woods (X-Men
Origens: Wolverine) e pelo próprio Carnahan – ainda contando com a
colaboração do ator Brian Bloom, que interpreta um dos vilões do filme –
conhecemos os personagens antes deles formarem o tal “esquadrão classe A”, em
sequência de abertura estapafúrdia que resume bem o que acontecerá no restante
da metragem. Após anos servindo juntos, os amigos são incriminados. Na prisão,
tramam fuga e retaliação com a ajuda do engenhoso Hannibal Smith (Liam Neeson).
Não vale a
pena entrar muito em detalhes sobre a trama de Esquadrão Classe A. Basta saber que há uma conspiração, vilões
insistentes, um personagem que não é bem o que parece ser de início (alias,
dois), um romancezinho jogado de lado e, obviamente, ação de dar parada
cardíaca no vovô. No quesito entretenimento, alias, Carnahan foi até o limite e
além aqui. Com a ajuda de muito CGI (e digo muito mesmo!), seu novo filme pega a ação estilizada e sanguinária de
seus filmes prévios e insere um tom de extravagância indisciplinada. O estilo
se esvai – como também a violência irresistível – restando apenas explosões,
muito barulho e tiros infinitos. Os efeitos especiais surgem primordiais aqui, portanto,
com sequências espetaculares como a de um tanque “caindo” do céu enquanto atira
para todos os lados e um desfecho que mais parece um espetáculo de circo.
Esquadrão Classe A teria sido aproveitável caso tivesse
se limitado à apenas “faltar” certos elementos. Faltar um roteiro mais
exemplar, uma direção mais inspirada e, portanto, inteligência na trama e
personagens. Muitos filmes funcionam sem tais fatores, apenas com a tal leveza
já mencionada e uma dedicação ao divertimento simplório – que costuma ser
efetivo. O problema maior aqui não é a ausência de virtude, mas a presença
contínua – e demasiadamente incômoda – de fatores detestáveis. A canastrice
incessante dos personagens, os diálogos dolorosos e, mais importante, a forma como
os roteiristas subestimam seu público, o que por si só já tira completamente o
tesão por qualquer filme.
Para deixar
tudo ainda mais incômodo, o longa-metragem beira as duas de duração, esticando
sua tortura muito além do que os direitos humanos permitem. É claro que, caso
você encontre o botão para desligar o cérebro (ou não precise um botão para
efetivar tal procedimento), nada do que afirmo aqui valerá por alguma coisa.
Será como tomar LSD e ver algo comum muito mais brilhante e reluzente. Pois não
é. Esquadrão Classe A é amador em
quase todos os sentidos. Apesar da boa fotografia e momentos isolados, nada
aqui se salva. A edição, alias, é risível de tão ruim, em tentativas
frustrantes de dramatizar certas ocorrências. Algo bem pretensioso para um filme
que “não se leva a sério” e “sabe o que quer ser”. Diga isso para o gênio que
decidiu colocar um dos personagens com uma crise de consciência patética,
resultando até em citações de Gandhi pra lá de deslocadas.
As
tentativas de humor do filme, vale dizer, também não vingam. Apesar de alguns
poucos momentos com Sharlto Copley levemente inspirados (porque os melhores
personagens são os loucos?) – e a atuação divertida de Patrick Wilson, que
entra no clima do filme e assume o senso do ridículo – o humor soa tão
excessivo quanto irritante. O “destaque” fica por conta do medo de voar do personagem
do péssimo B.A. Baracus (em piada que toma conta de 30% da metragem) e das
tiradas infelizes de Peck, interpretado por Bradley Cooper, que se acha o
máximo. Na verdade, Esquadrão Classe A se
acha o máximo. Chega cheio de pompa, adrenalina e CGI, tudo para compensar o
fato de que, na verdade, não há nada minimamente interessante acontecendo aqui.
Mesmo que você consiga se divertir vendo este filme, te desafio a lembrar dele
uma semana depois. Se bem que, no plano geral, há tanta coisa deplorável
acontecendo aqui que a ruindade irá se apoderar de sua mente como uma doença
contagiosa. Exagerado? Pois é, bem-vindo a Esquadrão
Classe A.
______________________________________________________________________________________
The A-Team (2010)
Direção: Joe Carnahan
Roteiro: Joe Carnahan, Brian Bloom, Skip Woods, baseado na série de Frank Lupo, Stephen Cannell
Elenco: Liam Neeson, Bradley Cooper, Sharlto Copley, Quinton 'Rampage' Jackson, Jessica Biel, Patrick Wilson, Brian Bloom, Gerald McRaney, Henry Czerny, Yul Vasquez
(Ação, 117 minutos)
Direção: Joe Carnahan
Roteiro: Joe Carnahan, Brian Bloom, Skip Woods, baseado na série de Frank Lupo, Stephen Cannell
Elenco: Liam Neeson, Bradley Cooper, Sharlto Copley, Quinton 'Rampage' Jackson, Jessica Biel, Patrick Wilson, Brian Bloom, Gerald McRaney, Henry Czerny, Yul Vasquez
(Ação, 117 minutos)
10 comentários:
Que pena, esperava pelo menos um filme sem compromisso. rsrs. Vejo, sem pressa.
Beijos! ;)
Sabe, há uns três anos eu NUNCA veria este filme. Mas, estou tentando abranger meu olhar "cinéfilo" (existe isto, né ? hehehe). É, que chega um momento que tudo é válido. Assistirei este filme sem expectativas e pressa, sei o que me aguarda ...
Abs ;)
Eu fui muito fã da série. Quando fiquei sabendo do filme achei que seria um lixo total. Como minha expectativa foi zero, achei que o resultado final não foi tão ruim. Achei que quebra o galho. Diverte. Muito pior que a série. Mas, passa o tempo.
Eu, particularmente, achei este filme uma ótima diversão. Acho que ele cumpriu muito bem seu papel como blockbuster.
Mayara: Veja, talvez se divirta. Eu não consegui.
Alan: Eu vejo de tudo, mas queria ter deixado passar esse aqui, rs...
Renato: Nunca vi a série e, como disse, não consegui me divertir com o filme, infelizmente.
Kamila: Poxa, não tive essa sorte. Achei chato e irritante.
É um filme divertido, apesar de insano e mentiroso na maioria dos momentos, mas, como adoro do Copley, até curti o filme.
Realmente, em uma segunda analisada, o filme perdeu um pouco de sua força. Mas eu me divertir bastante com tudo, rsr. Diferente de você.
Amigo, é dificil encarar um filme do tipo ...
É aquelacoisa ... é oito ou oitenta ... me diverti pacas, afinal sempre tem um blockbuster padrão ...
e deixa o povo ganhar cacaaaau EHEHEHEH
Abraços manolexxx!
Achei o filme muito divertido. E, o mais importante, Joe Carnahan honrou a série original.
Abs!
Cleber: Nem do Copley consegui gostar tanto, apesar de ter seus momentos.
Luis: Nem na primeira analisa curti, imagina na segunda, rs...
Johnny: Não consegui me divertir, infelizmente.
Otavio: Não tive essa sorte, infelizmente. E não conheço a série.
Postar um comentário